Nosso primeiro mês com o bebê

No pós-parto imediato é normal perder um pouco de sangue com coágulos principalmente ao levantar-se pela primeira vez, sempre com a ajuda do pessoal de enfermagem. Também é importante tomar banho morno para frio para evitar queda de pressão e mal-estar. Alimentar-se gradualmente e evitar falar excessivamente para diminuir a retenção de gases e conseqüente dor pós-operatória. Em média, após 6 horas do nascimento, o bebê é trazido para o quarto sendo importante começar a estimular a amamentação, ou melhor, sucção mamilar.

Inicialmente tem-se a saída de colostro (amarelado por alto teor de lipídeos) e posteriormente – dentro de aproximadamente 72 horas – a produção de leite materno propriamente dito. Sendo parto cesárea, após aproximadamente 10 horas é retirada a sonda vesical, que se mantém até então devido ao uso de analgésicos a base de morfina na anestesia, que podem ocasionar retenção urinária. É importante manter uma boa higiene da cicatriz, lavando com sabonete comum e enxaguando em água corrente, a fim de mantê-la sempre limpa e seca.

Qualquer intercorrência ou dúvida deve ser esclarecida com o pessoal de enfermagem que entrará em contato com a equipe médica se necessário. No segundo dia os cuidados se mantêm, devendo sempre dar preferência às fibras da dieta, boa hidratação oral e deambular várias vezes durante o dia para estimular o bom funcionamento do intestino. Não se preocupe em evacuar logo, o importante é eliminar gases. Sentindo fissuras ou dor nos mamilos, solicitar o apoio da enfermagem para os devidos cuidados locais e aplicar pomada se necessário, conforme prescrição médica. A visita médica é feita normalmente no período da manhã, quando também poderá esclarecer suas dúvidas ou queixas. A alta hospitalar pode ser dada depois de completadas 48 horas do parto normal.

No terceiro dia a cicatriz já está bem menos dolorosa, porém os cuidados básicos continuam. Evoluindo com boa recuperação, já terá alta hospitalar para poder curtir o bebê em casa. Converse com o médico neonatologista sobre a alta do bebê e tire suas dúvidas quanto ao mesmo. No entanto, às vezes é necessário deixar o bebê no berçário por mais alguns dias, para uma melhor avaliação e evolução da parte respiratória, principalmente quando se trata de prematuros. Se isso ocorrer, não se preocupe em demasia, saiba controlar sua ansiedade, pois em geral trata-se de problema transitório e será mais prudente e seguro aguardar mais alguns dias para a alta hospitalar do bebê, conforme orientação dos neonatologistas do Hospital. Geralmente marca-se uma consulta em aproximadamente 15 dias para a mãe e para o bebê, como controle evolutivo de rotina. Qualquer dúvida ou piora da dor pós operatória, febre (>=38,0⁰C), secreção purulenta pela cicatriz, etc… antes desse período, entre em contato com seu médico.

Já em casa com o bebê, tudo parece mais difícil do que era no Hospital. Não se assuste, isso é normal. A produção de leite vai aumentando e às vezes as mamas começam a “empedrar” devido ao acúmulo de leite que o bebê pode não conseguir mamar. Não deixe as mamas cheias por muitas horas seguidas, uma vez que isso aumenta o risco de mastite. Apesar da dor das mamas túrgidas, esgote com expressão e esgotadeira se necessário, com compressa fria após para tentar controlar a produção excessiva. Fonte: CLAP – Centro Latino Americano de Perinatologia y Desarrollo humano

Calendário de Vacinação

O esquema de vacinação de rotina, e a seqüência cronológica com que as vacinas são administradas, é denominado calendário de vacinação. Na verdade existem vários calendários de vacinação que variam de país para país e, mesmo dentro de um mesmo país podem variar de região para região.

Além disso, os calendários de vacinação são atualizados periodicamente. Para a elaboração dos calendários é levada em conta a importância da doença a ser prevenida, a disponibilidade de uma vacina segura e eficaz, o melhor esquema para obter uma resposta imune adequada, os recursos disponíveis, a viabilidade do esquema e o número de aplicações. No Brasil, os calendários oficiais são definidos pelos órgãos governamentais, como Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais de Saúde. Entidades de classe também propõem calendários, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Baseado nos calendários propostos pela Secretaria Estadual da Saúde, pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Academia Americana de Pediatria, o Centro de Imunizações, conjuntamente com o Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein, sugerimos os calendários de vacinação abaixo. Clique e veja.

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO – IDADES
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO – ADULTO

Vacinação contra gripe na gestante e na puérpera

A gripe é uma doença infecciosa causada pelo vírus Influenza. Apresenta predomínio de ocorrência nos meses mais frios, ou seja, no outono e no inverno. Em alguns grupos de risco a doença pode ser mais grave e evoluir com complicações como a pneumonia. Sabemos que as gestantes e as pacientes que tiveram filhos recentemente, chamadas puérperas, fazem parte desses grupos de risco. A vacina para gripe é composta de dois subtipos de vírus: o da Influenza A e o da influenza B. A vacina é feita com vírus inativado e fracionado que são renovados ou atualizados anualmente de acordo com os subtipos que estão circulando no ar ambiente.

A taxa de imunidade após a tomada da vacina chega a 80% e dura cerca de um ano. A vacina é bastante segura. As reações mais comuns são a dor local e febre nas primeiras doze horas que aparecem em 10% dos vacinados. Pode ser administrada pela via intramuscular ou subcutânea, sendo que pela primeira via ocorrem menos reações locais. É importante realçar que a vacina não causa gripe pois é feita com vírus inativados. É contra-indicada em pacientes que têm história de alergia a proteína do ovo e nos pacientes com história de Síndrome de Guillain-Barré. Esta Síndrome se caracteriza por fraqueza muscular progressiva que inicialmente começa nas pernas e progride para os braços, além da perda da sensibilidade nas extremidades, iniciando cinco dias a três semanas após um distúrbio infeccioso banal, cirurgia ou imunização, referida aqui neste arquivo. Nas formas graves poderemos ter pacientes com parada respiratória e risco de vida. A vacina está indicada para as mulheres grávidas e para as puérperas durante o outono e inverno.

A vacinação da puérpera tem uma vantagem adicional que é a proteção para a criança, diminuindo a taxa de internação do recém-nascido por pneumonia. A vacina faz parte do calendário das crianças a partir dos seis meses de idade.

Bibliografia: 1)Gilio, ª E. Manual de Imunizações do Centro de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einsten, terceira edição. Office Editora, 2006. 2)Carvalho, LHFR. Vacinação da gestante. In Farhat, CK. Imunizações, Fundamentos e Prática, quarta edição, editora Atheneu, 2000, p.181-191. 3)Prevention and Contro of Influenza- Recommendations of the Advisory Commitee on Immunization Practices (ACIP). MMWR 2007 Jul 13:56(RR06):1-54

Papilomavírus Humano (HPV)

Prevalência e Transmissão: A infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) ocupa o primeiro lugar entre as doenças sexualmente transmissíveis. Trata-se de uma doença de alta infectividade, que incide em 500 por 100.000 mulheres a cada ano. Estima-se que 75 a 80% de mulheres e homens sexualmente ativos vão ter contato com esse vírus em alguma fase de sua vida, porém a idade de maior prevalência é de 20 a 24 anos. A transmissão do HPV não é exclusivamente sexual e quando o é, não se faz necessária, obrigatoriamente, a penetração. O simples contato pele a pele (ou mucosa) é suficiente para o contágio, o que justifica a parcial eficácia do preservativo que recobre parcialmente a genitália. Não há evidências claras sobre outros tipos de transmissão sendo pouco provável a transmissão através de sabonetes ou objetos não bem esterilizados.

O recém-nascido pode ser contaminado na hora do parto ou até intra-útero pela via hematogênica durante a gestação, transmissão estas chamadas verticais, ou seja, da mãe para o filho. História natural da infecção: De acordo com o seu potencial de causar o câncer de colo uterino os vírus são classificados em dois grupos: de baixo e alto risco. Dentre os de baixo risco citamos os tipos: 6, 11, 42, 26, 44, 54, 70 e 73. Dentre os de alto risco predominam os tipos 16 e 18 seguidos por 31, 33, 35, 39, 45, 51, 55, 56, 58, 59, 66 e 68. Os tipos 16 e 18 predominam em todo o mundo e são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino.

O período de incubação é variável, sendo impossível saber quando ocorreu a exposição. Diagnóstico: Forma Clínica – aparecimento de verrugas em qualquer parte da região ânus-genital. Normalmente são causadas por vírus de baixo poder oncogênico. Forma subclínica – bem mais freqüente que a anterior é diagnosticada com auxílio de colposcopia e/ou Papanicolaou. Forma latente – aceita como a forma mais freqüente, não é diagnosticável pelos métodos convencionais anteriormente referidos. Seu diagnóstico implica na necessidade de técnicas especiais chamadas de PCR (Polimerase Chain Reaction) e Captura Híbrida. Já foram descritos até hoje mais de duzentos tipos de HPV, sendo que cerca de quarenta infectam o trato genital inferior.

Tratamento: Forma latente – não precisa tratar. Forma clínica – Tratar sempre as lesões verrucosas. Forma subclínica – Nas neoplasias epiteliais de grau I e grau II a conduta pode ser expectante ou intervencionista, seja através de aplicações de substâncias químicas, cauterizações e até intervenções cirúrgicas na avaliação de cada caso. Nas neoplasias grau III a intervenção cirúrgica sempre se faz necessária. Quanto às neoplasias intra-epiteliais da vulva e vagina de grau I, pode-se adotar a conduta expectante, com seguimento colpocitoscópico, o que não se aplica aos graus II e III, quando se prefere optar por conduta cirúrgica. Estudos com Imiquimode têm demonstrado para as neoplasias da vulva, resultados semelhantes ao laser com a vantagem da auto-aplicação. O medicamento deve ser aplicado localmente três vezes por semana, durante 12 a 16 semanas. Futuramente poderemos utilizar esta terapêutica em neoplasias intra-epiteliais da vagina, porém está em fase experimental.

Na gravidez pode-se utilizar o ácido tricloroacético. Há contra-indicação da podofilina, podofilotoxina, 5-fluorouracil, bleomicina, aos retinóides bem como aos imunoterápicos, como o interferon, imiquimode e cidofovir. Dentre os métodos físicos e cirúrgicos pode-se utilizar a exérese com bisturi ou tesoura, a eletrocauterização, a cirurgia de alta freqüência e o laser. Quanto ao tipo de parto nas lesões subclínicas opta-se pelo parto vaginal devendo-se romper a bolsa o mais tardiamente possível para se evitar o risco de maior contaminação. O risco de papilomatose recorrente juvenil é muito baixo, o que não justifica a indicação de cesárea. Sob a forma clínica, o parto vaginal poderia representar uma forma a mais de contaminação e a via preferencial passaria a ser a cesárea. É necessário lembrar que a regressão espontânea ocorre em 72% dos casos no puerpério devido ao retorno do estado hormonal e imunológico anterior, e a paciente deve ser tranqüilizada. Vacinas: É a grande novidade atual e já disponível em nosso meio. Por serem constituídas por partículas semelhantes aos vírus, e não por vírus atenuados, são incapazes de transmitir a doença.

Existem dois tipos de vacinas no comércio: – Vacina Quadrivalente contra quatro tipos de vírus, ou seja, o 6, 11, 16 e 18, que previne verrugas genitais e o câncer de colo uterino em até 70%. – Vacina Bivalente contra dois tipos de vírus, ou seja o 16 e 18 que também previne o câncer de colo uterino e não previne verrugas genitais. A titulação de anticorpos neste tipo de vacina é superior a anterior, porém em termos de prevenção do câncer uterino mostram-se semelhantes. Após a dose inicial, são efetuadas duas doses de reforço em intervalos de 4 e 24 semanas. A via de administração é a intramuscular. Os efeitos colaterais podem ser a dor local e febre por curto espaço de tempo. Por ser uma infecção de transmissão sexual, as vacinas profiláticas devem ser administradas em idade anterior ao primeiro coito. A vacina quadrivalente está liberada para pacientes do sexo feminino na idade dos 9 aos 26 anos e a vacina bivalente está liberada para pacientes do sexo feminino entre os 10 e 25 anos. Futuramente poderão ser liberadas para ambos os sexos e em idade superior a mencionada acima. Quanto à eficácia ao longo do tempo, estudos ainda estão em andamento para melhor elucidação e se haverá necessidade de doses de reforço das vacinas.

Conclusão: A infecção do vírus HPV é de alta prevalência mundial. Além de ser uma DST, está relacionada ao câncer do trato genital inferior, sendo de grande importância em Saúde Pública. Os métodos diagnósticos e terapêuticos têm apresentado novidades, porém a terapêutica para a infecção ainda não existe. Portanto, a prevenção deve ser à base de todo o raciocínio. A atuação por meio de educação em escolas e entidades corporativas e governamentais, busca ativa de mulheres que escapam dos programas de prevenção, além das vacinas, permitirão a redução dessa incidência e provavelmente do câncer de colo uterino no futuro. Hoje, ocorrem 250.000 mortes por câncer de colo uterino em todo o mundo e cerca de 7.000 mortes em nosso país.

Bibliografia: -Livro: Infecção Genital na Mulher – Primeira Edição pela Editora Roca Ltda. Professor Sérgio Peixoto – Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC e Professor Associado Livre-Docente de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. -Informações recebidas dos laboratórios MERCK e GSK quanto à liberação do uso das vacinas pela ANVISA.
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